"O direito é criado pelo homem, é um produto tipicamente humano, um artifício sem entidade corporal, mas nem por isso menos real que as máquinas e os edifícios." - Gregorio Robles

29.10.21

De leituras e ruminação

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Ontem foi Dia do Servidor e hoje outra efeméride: o Dia Nacional do Livro. É uma sincronicidade porque eu estava mesmo pensando em postar sobre as leituras mais recentes que tenho feito. Geralmente em dois momentos: pela manhã, enquanto acompanho o EAD do meu filho, e à noite quando a casa está sossegada.

Precisamente, gostaria de comentar a releitura que tenho feito de Henry Miller. É sempre bom voltar aos livros lidos há muito, porque sempre nos deparamos com algo novo. Alguma impressão nova, uma nova frase, novas palavras, trechos que passaram despercebidos na primeira leitura e assim por diante. De certa forma o livro nunca é "lido", no sentido de terminado, e sim está "a ser" lido, porque traz sempre novidades. Por exemplo terminei de reler o "Sexus" (1949, tradução de Sérgio Flaksman) e estou na metade do "Plexus" (1953, tradução de Hélio Pólvora), também em releitura, os dois, junto com o "Nexus" (1960) que ainda não li, integrantes da trilogia "A crucificação encarnada". Essas releituras têm me trazido passagens ignoradas a princípio, que como de praxe marco a lápis para não voltar a perdê-las. Vejo hoje que prefiro o "Plexus", por ser uma leitura mais macia e com histórias mais saborosas, apesar do "Sexus" possuir os momentos mais densos, filosófica e artisticamente falando. As traduções influenciam nesses sentires, é claro.

E há também as leituras jurídicas. Por exemplo tenho me debruçado sobre Friedrich Müller e seu "O novo paradigma do direito", tradutores diversos. Daquelas obras em que a atividade de ler tem muito de ruminante. Vamos mascando pedacinho a pedacinho e deglutindo aos poucos. Sou decididamente pós-positivista, mas sempre me considerei assim, talvez até de forma instintiva, antes mesmo de ler Müller.

O jurista deve ser uma máquina de leitura, digo em um post em que cito o juiz Eliézer Rosa. Estou longe de seguir meu próprio conselho, mas vamos lá, devagarinho, deglutindo aos poucos...

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