"O direito é criado pelo homem, é um produto tipicamente humano, um artifício sem entidade corporal, mas nem por isso menos real que as máquinas e os edifícios." - Gregorio Robles

8.8.23

Juspublicista, fim de ciclo (2012-2023)


Nada é perene na vida, na vida digital - onde começam e terminam uma e outra? - menos ainda. Desde que escrevo em blogs, por exemplo, penso em termos de ciclos, de processos que cedo ou tarde se consumarão. Inúmeros motivos: perda superveniente de interesse no tema, falta de tempo ou outro qualquer. Quando é assim, bola pra frente; aceitar que "já deu" e seguir adiante.

Este blog, o "Juspublicista", tem pra lá de mais de uma década de existência. Ainda que o primeiro texto aqui no Blogger remonte a agosto de 2012, na verdade ele é anterior. Comecei no Wordpress, em uma tarde ensolarada em Jacarepaguá, e tendo em vista que seu Twitter é de novembro de 2009, posso presumir que veio ainda antes. Uma longa e rica existência blogueira.

Acontece o seguinte: o "Juspublicista" nasceu com a proposta de ser um espaço acadêmico e profissional, pelo motivo óbvio de que sou advogado, e nesse sentido com o fito de ser monetizado. Falhou retumbantemente nisso. Ao longo desses anos tentei utilizar as ferramentas disponíveis mas, seja por inaptidão de minha parte - pouco afeito às técnicas de SEO e aos macetes dos influencers -, seja pela pouca qualidade do meu conteúdo, tenho recebido pouquíssimo engajamento e interação. É um blog, portanto, que não apenas não dá retorno monetizável como também é de audiência ínfima. Creio que não contabilizei sequer quinze comentários de leitores ao longo de todos esses anos, melhor pelo menos que a página do Facebook, cujo desempenho é traço absoluto. Isso seria o suficiente para desanimar qualquer um, imagino eu, e o caldo engrossa ainda mais ao pensarmos que além de tudo gera gastos - me refiro ao pagamento do domínio, renovável anualmente. Ou seja, ainda saio no prejuízo.

Isso tudo seria perfeitamente digerível se a proposta do blog fosse diversa. Tenho outros espaços virtuais de visitação mínima onde despejo minhas opiniões e produção literária. A "flopada" ali não me incomoda, porque nesse caso busco mesmo um depositório de meu conteúdo pessoal, sem a menor preocupação de viralizar. Já o "Juspublicista" teria um objetivo totalmente diferente. Sendo um blog "profissional", deveria redundar em retorno de alguma forma; caso contrário não valeria não apenas o tempo dispendido como os custos da sua manutenção. 

É chegado o momento, enfim, de dar o projeto por encerrado. Acho que o próprio formato "blog" está defasado diante do Youtube. Já falei disso aqui e eu próprio me rendi ao formato vídeo, e sigo publicando no Kwai com o mesmo nome (@juspublicista). Mas decididamente é tempo de interromper a plataforma escrita. Sem o menor remorso ou tristeza. Acho que fiz o possível e seguramente produzimos bons textos aqui, motivo pelo qual ainda que descontinuado deixarei o blog no ar. Interessados em manter contato e trocar ideias, é fácil me encontrar pelas redes. Obrigado por tudo, grande abraço e sempre em frente. 

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