Ainda pegando o mote do texto anterior. Os ludistas ficaram notórios por sua aversão ao incremento da máquina nos albores da revolução industrial. Isso é compreensível na medida em que as novas técnicas são em si revolucionárias e alteram, irreversivelmente, o cenário anterior. Friso o caráter irreversível porque não se volta atrás no roda do progresso. Temo parecer "positivista" aqui, mas entendo que, salvo hecatombe ou meteoro, o progresso científico irá continuamente se avolumando, ainda que tal progresso, e é um dever registrar isso, não esteja adequadamente colocado a serviço do conjunto da humanidade, no processo excludente que é típico da sociedade de classes.
Já fui à minha maneira também um ludista diante das inovações tecnológicas no Judiciário. Em um post de 2015 falei sobre as vicissitudes do processo eletrônico. Vendo em retrospectiva, percebo que já não é bem assim. Por dois motivos: além dos sistemas estarem hoje bem melhor do que nos tempos pioneiros, nós vamos nos adaptando e familiarizando com a ferramenta. Creio que a chave está aí: aperfeiçoamento e adaptação. De modo que, hoje, salta aos olhos a superioridade do processo eletrônico em relação ao físico.
Pedra que rola não cria limo, diz a frase (A rolling stone gathers no moss). Aperfeiçoar e adaptar é tudo, não? Não sei quantos zilhões de anos de evolução humana e cá estamos.
"The Robot Uprising" de Bryn G. Jones ilustra o post.