Em maio de 2020 perguntávamos: por que hesita, Rodrigo? O tema era o impeachment. Trocentos pedidos protocolados e nada do presidente da Câmara pautar a discussão. De lá para cá a situação no país só piorou, vide a tragédia no Amazonas neste início de 2021, e a inércia de Rodrigo Maia se manteve. E não é que agora, às vésperas de dar lugar a outro (seu mandato à frente do parlamento se encerra em fevereiro), Maia passou a dizer que discutir o impeachment é inevitável? Ora, ora, que valente.
Fato é que a pusilanimidade de Maia em colocar a discussão na mesa saltou aos olhos. O país não pode parar, há outras prioridades etc., é a cantilena "responsável" de sempre. Acontece que como diz o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) no vídeo que compartilho abaixo, o país já está parado há muito tempo. A resolução do processo de impeachment permitiria, justamente, caso tivesse sido iniciado há mais tempo, que hoje o país estivesse voltando para os trilhos. Mas as oportunidades passaram, e não foram poucas. Sobejam motivos para o impedimento de Bolsonaro, verdadeiros crimes — comuns e de responsabilidade —, coisa muito mais sinistra que as "pedaladas fiscais" que os golpistas utilizaram contra Dilma.
Porque é importante frisar: o impeachment não é o remédio contra maus governos. Escolhas ruins são corrigidas no processo democrático. O caso em tela é outro, o de fatos de gravidade cuja resposta não pode ser outra senão apear o governante do poder. Em prol dessa mesma democracia. É aqui que Bolsonaro se encaixa. Não é apenas um mau governante — comete uma saraivada de crimes e improbidades. Fiquemos com a interferência na Polícia Federal para proteger a família e amigos, por exemplo. Ou os laços públicos e notórios com os milicianos de Rio das Pedras, na figura de indigitado Queiroz. O da "rachadinha" do filho 01, Flávio Bolsonaro. Que famiglia. Diga alguém em sã consciência se esse homem tem condições de ocupar a presidência do país.
E Rodrigo, agora, falando o óbvio ululante. É preciso discutir o impeachment etc. Elementar, meu caro Watson. De clareza meridiana, assim como sua pusilanimidade. Em todo caso antes tarde do que nunca. Vejamos se o sucessor, que por óbvio não pode ser o bolsonarista Arthur Lira, terá mais disposição.
E Rodrigo, agora, falando o óbvio ululante. É preciso discutir o impeachment etc. Elementar, meu caro Watson. De clareza meridiana, assim como sua pusilanimidade. Em todo caso antes tarde do que nunca. Vejamos se o sucessor, que por óbvio não pode ser o bolsonarista Arthur Lira, terá mais disposição.
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